MORTE DO POETA
Jota Dias
Estava lá estendido
Sob os olhares do funeral
Este que fora poeta
De poesia bela e imortal
Mas no mármore já impresso
Uma só linha de seus versos
Que em noites exacerbadas
Desnudava a vida fadigada
Seus dedos por hora pararam
Seu peito perdeu o compasso
Dizem que morreu de amor
Ou da falta de quem o amasse
Diziam que seu olhar era triste
Mas de fato a sua alma não era
Más é que um poeta,
Um poeta sempre se supera
O que me entristece
É só esse velório comedido
Nenhum poema se quer
Nenhum verso proferido
José Edmilson Dias de Sousa (Jota Dias), brasileiro, casado, natural de Curaçá - Bahia, Militar, Artista plástico em formação pela UNIVASF, poeta por amor, apaixonado pela vida com a certeza apenas do encontro com a morte.